terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Bullying



Com bastante frequência, somos alertados para situações de violência que ocorrem, nas escolas, entre os jovens. Este facto não é novo mas está a ser motivo de preocupação e interesse para os próprios alunos, pais, profissionais da educação e da saúde, e comunicação social. As agora conhecidas e divulgadas consequências e efeitos negativos destes comportamentos para o desenvolvimento e para a saúde mental dos jovens envolvidos e para todo o público em geral, talvez seja uma das possíveis causas da actualidade deste assunto.


Para facilitar a compreensão deste conceito podemos designar este fenómeno por «provocação/vitimação» ou «intimidação», apesar de nos trabalhos de Pereira, Almeida e Valente (1994) ter sido designado como «agressividade/violência».
Olweus (1991, 1993, 1994) definiu o conceito de bullying afirmando que «um aluno está a ser provocado/vitimado quando ele ou ela está exposto, repetidamente e ao longo do tempo, a acções negativas da parte de uma ou mais pessoas».


O bullying pode ser conduzido por um indivíduo – o provocador ou agressor – ou por um grupo, e o alvo do bullying pode também ser um indivíduo – a vítima – ou um grupo.
A reforçar a sua definição, o bullying é caracterizado pelos seguintes critérios: a intencionalidade do comportamento, isto é, o comportamento tem um objectivo que é provocar mal-estar e ganhar controlo sobre outra pessoa; o comportamento é conduzido repetidamente e ao longo do tempo, isto é, este comportamento não ocorre ocasionalmente ou isoladamente, mas passa a ser crónico e regular; um desequilíbrio de poder é encontrado no centro da dinâmica do bullying onde normalmente os agressores vêm as suas vítimas como um alvo fácil.




Características dos provocadores e das
vítimas



De acordo com a definição de Boulton e Smith (1994), o provocador ou agressor é aquele que frequentemente implica com os outros, ou que lhes bate, ou que os arrelia ou que lhes faz outras coisas desagradáveis sem uma boa razão. Os agressores são caracterizados por agressão aos seus pares, eles têm atitudes positivas para com a violência, têm maior probabilidade de se sentirem deprimidos. Em relação aos pares, os provocadores têm dificuldade em fazer amigos e têm poucos amigos, de acordo com Boulton (1999). No que diz respeito à escola, os agressores sentem-se infelizes na escola.
Envolvem-se mais em comportamentos de risco para a saúde, tais como fumar, beber álcool em excesso, usar drogas. Os que são os provocadores na escola têm maior probabilidade do que os outros em se envolverem na delinquência e na violência . Os provocadores tendem a pertencer a famílias que são caracterizadas como tendo pouco calor/carinho ou afecto, com problemas em partilhar os seus sentimentos e normalmente classificam-se como sentindo que existe uma maior distância emocional entre os membros da família. Os pais dos provocadores usam mais «deitar abaixo» e criticar do que elogiar e encorajar, e negligenciam em ensinar aos seus filhos que a agressão não é aceitável, tendem a usar disciplina inconsistente e pouca monitorização sobre onde os filhos estão ao longo do dia e têm skills de resolução de problemas pobres ou agressivos. Por vezes têm estilos de disciplina muito punitiva e rígida, com os castigos físicos a serem muito comuns.


Segundo a definição de Boulton e Smith(1994), a vítima é alguém com quem frequentemente implicam, ou que lhe batem, ou que a arreliam, ou que lhe fazem outras coisas desagradáveis sem uma boa razão. Verifica-se que as vítimas típicas (ou passivas) são mais deprimidas do que outros alunos. Apesar de fumarem e beberem menos do que os outros, têm mais dores de cabeça e dores abdominais do que os outros.


As vítimas também têm menos amigos, têm maior dificuldade em fazer amigos e isto porque sofrem de rejeição dos pares. As vítimas acham a escola desagradável. As vítimas tendem a pertencer a famílias que são caracterizadas como tendo uma educação de restrição e excesso de protecção pelos pais. Por seu lado, Schwartz, Dodge, Pettit e Bates (1997) afirmam que o grupo das vítimas passivas não difere do grupo normativo em nenhuma variável do ambiente em casa e Bosworth et al. (1999) acrescentam que o tipo de família não é significativo.

Um grupo mais pequeno – 3%, as vítimas provocativas (tanto provocadores como vítimas), que tentam retaliar quando são atacadas, são caracterizadas por uma variedade de reacções agressivas. Egan e Perry referem a existência de associações predictivas entre comportamento agressivo e aumentos na vitimação durante um ano escolar. As vítimas provocativas experienciam frequentemente a recusa pelos pares. Dodge colocou a hipótese que abusos e rejeições pelos pares poderiam levar a comportamentos agressivos para com os pares e a vitimação pelos pares.



Trabalho Realizado por:


SUSANA FONSECA DE CARVALHOSA
LUÍSA LIMA
MARGARIDA GASPAR DE MATOS

Um comentário:

Unknown disse...

sMuitos parabéns o trabalho está excelente.
Keep up the good work!